SIMBOLISMO
As flores da columbina, Aquilegia vulgaris, pela sua forma bizarra, adquiriram nas antigas tradições um papel simbólico relevante. Na cultura greco-romana o esporão presente nas suas pétalas foi assemelhado a um falo, daí esta planta ser consagrada a Afrodite (Vénus). Os celtas, também, a veneravam, pois, consideravam que as mesmas pétalas poderiam ser como portas que conduziriam a um outro mundo.
Nas tradições cristãs essa especial configuração associou-a ao Espírito Santo, como louvor divino pela reminiscência com cinco pombas sentadas juntas, facto de ser apelidada, em algumas regiões da Áustria, por “Pequena pomba”.
O simbolismo desta flor está,
vulgarmente, associado ao valor simbólico dos números. Como tal, os limbos
tripartidos das suas folhas foram vistos como um sinal da Santíssima Trindade,
assim como três flores de colombina um sinal das três virtudes cristãs: fé,
esperança e caridade, ou num ramo de sete flores, as sete oferendas do Espírito
Santo: sabedoria, inteligência, conselho, força, conhecimento, piedade e temor
a Deus.
Na arte medieval, a colombina é
considerada, por alguns autores, a flor de Cristo, aparecendo pintada, com
frequência, em pinturas de Maria e Jesus, assim como na história da salvação,
como sinal da Paixão e Ressurreição de Cristo. No retábulo de Hugo van der Goes
(Uffizi, Florença) as flores da colombina aparecem em posição de destaque,
pousadas no chão, em frente a Maria e Jesus.
Apesar da maior frequência de imagens
estar associada a Cristo, esta flor também ocorre em pinturas com santos e
profetas, assim como em quadros de reformistas protestantes (Lucas Cranach,
séc. XVI).
As cores mais frequentes desta
flor que são o azul, o violeta e o amarelo, são, também, interpretadas na
linguagem das cores, como paixão e penitência (violeta) ou vivacidade e luz
(amarelo).
Outras associações desta flor
deverão ser mencionadas tais como a fidelidade ou proteção contra forças
malignas.
Na linguagem poética a beleza
simbólica da colombina está, também, presente. Shakespeare cita-a nas suas
peças, onde Ofélia na sua loucura a colhe, embora aí como símbolo de infidelidade
e ingratidão.