O acanto (do grego “akantha” espinho) é uma planta arbustiva espinhosa que apresenta um
porte majestoso pelas suas altivas inflorescências, que despontam no final da Primavera, assim como longas, belas e largas folhas de acentuado contorno foliar.
Com
origem nas estepes africanas e asiáticas foi introduzida nas regiões
mediterrânicas, desde tempos antigos, onde a sua presença é comum em locais pedregosos, húmidos e de luminosidade medianamente intensa.
É uma
planta perene, cuja presença produz um forte impacto ornamental e decorativo,
associada a uma mensagem poética que, simbolicamente, remete para a
honestidade, pureza moral e perfeição.
A arquitectura grega criou, durante a antiguidade clássica, as três
conhecidas ordens (dórica, jónica e coríntia), difundidas pelo helenismo como
marcos que consolidaram as bases da arquitectura ocidental.
Capitel coríntio
Segundo conta Vitrúvio (siglo I a.C.) na sua obra “Os dez livros de Arquitetura”, a origem do capitel, característico da ordem coríntia, tem uma relação directa com o acanto através da lenda seguinte:
A terceira ordem, chamada de Corinto, imita a delicadeza, bem visível nas suas folhas, de uma adolescente, a qual pela sua juventude, têm membros delicados que lhe dão uma configuração harmoniosa, onde os ornamentos produzem efeitos de extrema beleza.
A lenda diz que a descoberta do capitel coríntio teve início assim: uma jovem de Corinto, em idade para casar morreu de uma doença.
Após o seu funeral, a ama juntou algumas das bebidas que ela gostava numa cesta de vime e, colocou-as perto da sua sepultura cobertas por uma telha para que se mantivessem em boas condições durante mais tempo. Por coincidência, a cesta foi colocada sobre uma raiz de um acanto e, quando chegou a primavera, pequenos caules e folhas redondas cresceram em seu redor, envolvendo-a e conferindo-lhe uma elegância e delicadeza que lembravam a jovem desaparecida. Este facto não passou despercebido a Calímaco que, passando em frente à tumba, e observando a delicadeza da cesta com o formato original das folhas que cresceram em seu torno, nelas se inspirou na criação dos belos capitéis coríntios.
A lenda diz que a descoberta do capitel coríntio teve início assim: uma jovem de Corinto, em idade para casar morreu de uma doença.
Após o seu funeral, a ama juntou algumas das bebidas que ela gostava numa cesta de vime e, colocou-as perto da sua sepultura cobertas por uma telha para que se mantivessem em boas condições durante mais tempo. Por coincidência, a cesta foi colocada sobre uma raiz de um acanto e, quando chegou a primavera, pequenos caules e folhas redondas cresceram em seu redor, envolvendo-a e conferindo-lhe uma elegância e delicadeza que lembravam a jovem desaparecida. Este facto não passou despercebido a Calímaco que, passando em frente à tumba, e observando a delicadeza da cesta com o formato original das folhas que cresceram em seu torno, nelas se inspirou na criação dos belos capitéis coríntios.
Outra interpretação da lenda afirma que a jovem era filha do próprio Calímaco, escultor grego do final do séc. V, tendo sido este a colocar a cesta e a constatar o belo efeito resultante do crescimento da planta de acanto em seu redor, e dele retirado a ideia para o efeito arquitectónico que concebeu.
A representação desta planta foi especialmente utilizada na decoração da arquitectura funerária, sendo usada para indicar que as duras provas da vida e da morte, simbolizadas pelos espinhos da planta, foram vencidas.
O acanto ornamentava, para além dos capitéis coríntios, os carros fúnebres e as vestes dos grandes homens, pois estes pela sua supremacia tinham ultrapassado as dificuldades vividas.
Na arte
românica o acanto é utilizado como um símbolo do sofrimento humano, da sua
queda na matéria, dificuldade e aspiração à eternidade e redenção. Na Bíblia a
citação “o solo produzirá para ti espinhas e cardos” (Gén 3:18) remete a
importância da dor produzida pelo pecado, como necessária ao caminho da alma na
procura da eternidade, pois após a provação ultrapassada ela é transfigurada em
glória.
Fonte: Jean Chevalier,
«Dicionário dos Símbolos», Teorema
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