terça-feira, 10 de janeiro de 2017

AGNOCASTO





A planta, na antiguidade, era sobretudo usada devido ao seu efeito anafrodisíaco, existindo desde há muito a crença de que o Agnocasto podia reprimir o ardor amoroso, daí a denominação grega de a-gonos (sem descendência) utilizada por Dioscórides.


Nas antigas festas gregas consagradas à deusa virgem Artemísia, a planta era utilizada pelos participantes, como símbolo de inocência e castidade e, posteriormente, em vilas da Grécia, é dada aos rapazes que desfilam nas procissões que, de forma simbólica, o devem manter vivo, tal como o estado de pureza, até ao final da cerimónia.





Na Idade Média, até ao séc. XV, mantinha-se a tradição que recomendava a quem quisesse viver de forma casta, que colocasse no leito um pequeno saco com as suas flores e sementes. 



Nessa época a designação inicial “agno” foi substituída, pelo latim medieval, por “agnus” (cordeiro), perdendo o seu sentido original.






Apesar da comprovada diminuição da excitação sexual o efeito terapêutico desta planta era reconhecido, nas mulheres, pela sua capacidade de tratar problemas ginecológicos, infertilidade e promover a lactação, enquanto, nos homens, a diminuição da líbido, ocasionava uma menor produção de sémen. Esse facto associado ao forte conceito de pecado atribuído à prática sexual pela igreja cristã, induziu, nos mosteiros, o seu uso pelos monges que o cultivavam abundantemente nos claustros, daí ser, também, conhecido por “pimenta de monge”. 


O Agnocasto é uma das ervas atribuídas a S. João pelas suas virtudes curativas, além de proféticas e protetoras da alma das tentações terrenas, sendo, por isso, apelidado de “lenho santo”.

Adaptado de Tratto da “Erbe e Piante del Cilento” D. De Santis

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